A Construção do Poético no Roteiro Cinematográfico
Descrição
O cinema, no decorrer de uma trajetória de mais de um século, foi buscando suas especificidades, adequando, adaptando e transformando princípios de dramaturgia advindos do teatro e da literatura, até constituir seus próprios parâmetros. Em geral, estudos de cinema se voltam para filmes já finalizados e, os conteúdos dos livros de roteiro tendem a ensinar as 'leis do drama' na concepção da cena. Por outro lado, muitos roteiristas se debatem entre utilizar estratégias de dramaturgia já consolidadas e/ou outras concepções não denominadas, nem sistematizadas. Os próprios livros e manuais de roteiro tendem a se concentrar no estudo da dramaturgia clássica, no desenvolvimento de cenas que tenham ação e consequência até porque de uma certa forma são estudos mais práticos e fáceis de serem reconhecidos.
A partir destas constatações, a roteirista, levando em consideração que a maior parte das análises são feitas a partir de filmes prontos e a poética é debatida em torno da figura do diretor e da fotografia, se perguntou por onde passaria a construção do poético no roteiro cinematográfico? Seria possível essa construção a partir do roteiro?
Conhecidos elementos de roteiros (pássaros, cavalos, quadros, torneiras, entre outros) foram examinados sob diferentes perspectivas e à luz de conceitos de diversos autores, como: Bachelard (2000), poética do espaço; Greimas (2002) fratura e escapatória; Xavier (2005), transparência e opacidade e Samain (2012), como pensam as imagens, aplicados a filmes, como Django (Quentin Tarantino, 2012) e, especialmente, Amor (Michael Haneke, 2012). Este estudo apresenta os caminhos percorridos pela roteirista/autora, em busca de um maior entendimento sobre algumas particularidades da escrita do roteiro no que diz respeito ao desenvolvimento da poética.
O livro documenta o percurso da autora por perguntas, análise de teorias e filmes a partir de seus roteiros e um ensaio sobre a construção da poética através de elementos que podem ser construídos com uma simbologia singular, dada pelo autor/roteirista. Um novo caminho para que outros roteiristas também possam aplicar esse estudo em suas obras.
Autor
Capicua Filmes e Criações